quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Plena certeza.

Tenho sido desde então
um ponto sem nó,
dois dele sem ponto.
O que não se pega com a mão
verso e avesso em união.
Uma constante sem resultado
mas que, por sê-la, não cessa.
Que não se apaga, se propaga.
Paralelamente uno,
de gritos tão intensos
que todos os "eus" escutam.
E por mais certeza que tenha
de que não sou apenas um,
vou-me com a certeza de que
morrerei de tanto tentar:
não importa o que aconteça,
que destino eu mereça,
jamais alcançarei a proeza
de poder me encontrar.

Apenas um reflexo de luzes,
eu sou o que você vê
e talvez nem seja.
Já que mesmo tentando,
jamais encontramos
a plena certeza.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mendigo das eras.

Vou escorrendo pelo ralo do chuveiro
já não quero viver acima de tudo.
Vou buscar o escuro e imundo
hibernar por um milênio inteiro.
Me desfazer de lembranças,
me desfazer de trejeitos
acordar sem ao menos um conceito,
serei o mendigo das eras.
Pensando sem muito afinco
puramente necessidade,
puramente instinto.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A teia da realidade.

Será que existe uma constante?
Me vejo calculando as possibilidades
O que teria acontecido "se..."?
O que poderá acontecer "se..."?
Simplesmente não me conformo com o agora.
Eu quero mais, enxergo além,
das vergonhas mais brutas,
dos pecados mais abafados,
das escolhas mal sucedidas,
das infindas lágrimas.
O âmago se esconde, só sussurra
mas eu escuto, eu sei que sim.
Poder dar um passo para trás
retomar o caminho, apagar os rastros
recomeçar, tendo ciência dos fatos
poder viver todos os "se..."
sentir-se infinito.
Não há somente um segmento de vida
existe um para cada escolha feita.
Queria que todos fossem concretos
palpáveis, visíveis, risíveis
possíveis... E não prováveis.
Um painel de ações, omissões e suas ligações,
a teia da realidade.